Quando desiludimos alguém fica aquele peso na nossa consciência. Dura por algum tempo. Até que aos poucos, lentamente, quase que já não se sente. Com o passar dos dias, dos meses, dos anos, vai sendo mais fácil de suportar e mais difícil de esquecer. Porque esquecer nunca se esquece. Fica sempre na nossa memória. Mas, o peso, esse vai desaparecendo. A consciência vai se libertando aos poucos e isso acontece porque nem sempre a culpa é toda nossa. Ou se é deixou de ser. Porque não faz sentido, sermos os culpados quando já terminou. E quando termina, achamos sempre que poderíamos ter agido de maneira diferente. É sempre assim. Só pensamos nos nossos actos, quando o mal já está feito. E quando já não existe maneira nenhuma de voltar atrás, eis que surge o arrependimento. Mas, esse durou pouco. Pelo menos para mim. Houve uma altura em que cheguei a senti-lo. Chorei inclusive. Pensei e repensei. Ponderei. Senti vontade de voltar atrás e mudar tudo. Mudar dias, mudar decisões, mudar conversas, mudar atitudes. É difícil encarar quando sabemos que a culpa é nossa e que um simples gesto podia mudar tudo. Mas, o facto é que ás vezes quando desiludimos alguém esse também nos desilude. E ás vezes não é por uma única razão, são várias, é no geral. Porque aquilo que somos verdadeiramente nunca mostramos, até um dia. E quando esse alguém também nos desilude, a verdadeira culpa desaparece. Porque ás vezes, quando já achamos que foi melhor assim. Chegamos a conclusão que foi mesmo. Que o pior já passou. Que afinal não somos só nós que precisamos de crescer e amadurecer. E essa sensação é boa. É mesmo. É única.
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